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Sempre pensamos no outono como a estação em que os jardins se tornam inativos e as árvores começam gradualmente a perder suas amarelecidas folhas. Uma imagem clássica, muito comum em países europeus, mas difícil de ser presenciada no Brasil. Graças ao nosso clima praticamente tropical, as estações não se apresentam bem definidas, Principalmente o outono – que vai de 21 de março a 21 de junho quando é possível se ver ricas florações de plantas como a camélia, a bela-emília, o gerânio, o antúrio, as dálias e muitas outras que escolhem esta época de poucas chuvas e dias frescos para desabrochar. Apesar disto, este período passou a ser considerado pelos floricultores como ideal para recuperar plantas cansadas dos excessos de verão, fazer podas e enxertias. Além de ser o momento certo de preparar o solo onde serão plantadas as novas sementes e mudas que irão florescer na primavera.

As primeiras providências – Em primeiro lugar, é necessário revolver a terra do jardim, arrancando plantas mortas e ervas daninhas. Em seguida, faça uma boa adubação com esterco de curral curtido ou fertilizante NPK (10-10-10). No caso de haver bulbos ou tubérculos (batatas) enterrados, retire-os e pulverize-os com fungicida antes de guardá-los num local seco, onde ficarão até o plantio. Anêmonas, junquilhos, lírios e ranúnculos, por exemplo, são plantados em setembro. Só depois de bem preparado o terreno, você poderá plantar biri, copo-de-leite, ervilha-de-cheiro, esporinhas, onze-horas, primaveras, resedá ou margarida. Também aproveite para cuidar da enxertia das roseiras, que deve ser feita, de preferência, nos dias nublados e frescos, mas não muito secos. Dentre as plantas que florescem neste período estão a capuchinha, zínia, aIstroeméria, estrelítzia, e árvores como cássía multijuga, paineiras, quaresmeira e castanha-de-macaco.

É hora de semear algumas espécies – Em algumas regiões, geralmente no sul do país, algumas árvores até chegam a perder algumas folhas amarelecidas. Mas em outros locais, mais ao norte, podem-se perfeitamente ver espécies como a acácia-mimosa, o mangalô e a cássia macranthera cobertos de flores. Os canteiros ficam repletos de flox-perene, anêmona-do-japão, mil-folhas e tritomas. É a época certa de você semear açafates, amor-perfeito, boca-de-leão, cravos, assembléias, miosótis, sempre-vivas e goivos. Paralelamente, faça o plantio de estacas de algumas coníferas como junípero, pinheiros e críptoméria japônica. E, no final do mês, cuide da poda das roseiras que irão florescer no inverno, e transplante aquelas que costumam florir na primavera.

Um período de descanso – O inverno já está bem próximo e as atividades do jardim diminuem um pouco. Apesar de ainda ser tempo de plantar alfaneiro, colombinas, íris, jasmim-do-cabo (gardênia), roseiras e monsenhores. As espécies que desabrocham este mês são as prímulas, angélica, violeta-cheirosa e viola cornuta, além de árvores como louro-pardo, flor-de-papagaio e guarabu-cebola.
Neste período, as chuvas costumam ser ainda mais escassas, fazendo com que as pragas ataquem vorazmente as plantas. Por isso, faça vistorias freqüentes para detectá-las a tempo. No final do outono muitas plantas já entram em seu “descanso de inverno”. É preciso podar as árvores, os arbustos e as hortênsias. Aproveite os galhos cortados para fazer novas estacas.

Esta poda, além de eliminar galhos, folhas e flores secos, serve para dar uma forma mais harmoniosa à planta. Faça também um bom corte nas cercas-vivas. As flores deste mês são a azaléia índica, a euphorbia fulgens, o jequitibá-de-manta e o ipê-roxo.

Embora se destaquem por sua beleza, algumas plantas podem esconder perigos mortais, principalmente para as crianças
Algumas das plantas ornamentais que temos em nossos em vasos ou jardins podem esconder perigo por trás de sua beleza. Elas são chamadas “plantas tóxicas”, pois apresentam princípios ativos capazes de causarem graves intoxicações quando ingeridas ou irritações
cutâneas quando tocadas.

Segundo dados do Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas), cerca de 60% dos casos de intoxicação por plantas tóxicas no Brasil ocorrem com crianças menores de nove anos. E a maioria, 80% destes casos, são acidentais. O Sinitox, que fornece informações sobre os agentes tóxicos existentes, funciona em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz e possui centros de atendimento e informações em vários estados do Brasil (veja telefones no final desta matéria).

Geralmente, a intoxicação por plantas acontece por desconhecimento do potencial tóxico da espécie. A seguir apresentamos algumas das espécies ornamentais tóxicas mais comuns em quintais, jardins e vasos.

TINHORÃO

Nome científico: Caladium bicolor Vent
Nome popular: tajá, taiá, caládio
Família: Aráceas
Parte tóxica: todas as partes da planta
Sintomas: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea.
Princípio ativo: oxalato de cálcio

COMIGO-NINGUÉM-PODE
Família: Araceae
Nome científico: Dieffenbachia picta Schott
Nome popular: aninga-do-Pará
Parte tóxica: todas as partes da planta
Sintomas: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea.
Princípio ativo: oxalato de cálcio, saponinas

COPO-DE-LEITE
Família: Araceae
Nome científico: Zantedeschia aethiopica Spreng
Nome popular: copo-de-leite
Parte tóxica: todas as partes da planta
Sintomatologia: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea.
Princípio ativo: oxalato de cálcio

TAIOBA-BRAVA
Família: Araceae
Nome científico: Colocasia antiquorum Schott
Nome popular: cocó, taió, tajá
Parte tóxica: todas as partes da planta
Sintomas: a ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea.
Princípio ativo: oxalato de cálcio

SAIA-BRANCA
Família: Solanaceae
Nome científico: Datura suaveolens L.
Nome popular: trombeta, trombeta-de-anjo, trombeteira, cartucheira, zabumba.
Parte tóxica: todas as partes da planta
Sintomas: a ingestão pode provocar boca seca, pele seca, taquicardia, dilatação das pupilas, rubor da face, estado de agitação, alucinação, hipertermia; nos casos mais graves pode levar à morte
Princípio ativo: alcalóides beladonados (atropina, escopolamina e hioscina)

BICO-DE-PAPAGAIO
Família: Euphorbiaceae
Nome científico: Euphorbia pulcherrima Willd
Nome popular: rabo-de-arara, papagaio
Parte tóxica: todas as partes da planta
Sintomas: a seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira; o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema das pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarréia
Princípio ativo: látex irritante

COROA-DE-CRISTO
Família: Euphorbiaceae
Nome científico: Euphorbia milii L.
Nome popular: coroa-de-cristo
Parte tóxica: todas as partes da planta
Sintomas: a seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira; o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema das pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarréia.
Princípio ativo: látex irritante

AVELÓS
Família: Euphorbiaceae
Nome científico: Euphorbia tirucalli L.
Nome popular: graveto-do-cão, figueira-do-diabo, dedo-do-diabo, pau-pelado, árvore de São Sebastião
Parte tóxica: todas as partes da planta
Sintomas: a seiva leitosa causa lesão na pele e mucosas, edema (inchaço) de lábios,boca e língua, dor em queimação e coceira; o contato com os olhos provoca irritação, lacrimejamento, edema das pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas, vômitos e diarréia
Princípio ativo: látex irritante

ESPIRRADEIRA
Família: Apocynaceae.
Nome científico: Nerium oleander L.
Nome popular: oleandro, louro rosa.
Parte tóxica: todas as partes da planta.
Sintomas: a ingestão ou o contato com o látex podem causar dor em queimação na boca, salivação, náuseas, vômitos intensos, cólicas abdominais, diarréia, tonturas e distúrbios cardíacos que podem levar à morte.
Princípio ativo: glicosídeos cardiotóxicos

MAMONA
Família: Euphorbiaceae
Nome científico: Ricinus communis L.
Nome popular: carrapateira, rícino, mamoeira, palma-de-cristo, carrapato
Parte tóxica: sementes
Sintomas: a ingestão das sementes mastigadas causa náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia mucosa e até sanguinolenta; nos casos mais graves podem ocorrer convulsões, coma e óbito.
Princípio ativo: toxalbumina (ricina)

PINHÃO-ROXO
Família: Euphorbiaceae.
Nome científico: Jatropha curcas L.
Nome popular: pinhão-de-purga, pinhão-paraguaio, pinhão-bravo, pinhão, pião, pião-roxo, mamoninho, purgante-de-cavalo
Parte tóxica: folhas e frutos
Sintomas: a ingestão do fruto causa náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia mucosa e até sanguinolenta, dispnéia, arritmia e parada cardíaca.
Princípio ativo: toxalbumina (curcina)

Orientações

1- Procure identificar se possui plantas venenosas em sua casa e arredores, buscando informações como nome e características.

2- Mantenha as plantas venenosas fora do alcance das crianças e dos animais domésticos.

3- Oriente as crianças para não colocar plantas na boca e nunca utilizá-las como brinquedos (fazer comidinhas, tirar leite, etc.)

4- Não utilize remédios ou chás caseiros com plantas sem orientação especializada.

5- Evite comer folhas, frutos e raízes desconhecidas. Lembre-se de que não há regras ou testes seguros para distinguir as plantas comestíveis das venenosas. Nem sempre o cozimento elimina a toxicidade da planta.

6- Tome cuidado ao podar as plantas que liberam látex, pois elas podem provocar irritação na pele e principalmente nos olhos. Evite deixar os galhos em qualquer local onde possam atrair crianças ou animais. Quando estiver mexendo com plantas venenosas use luvas e lave bem as mãos após esta atividade.

7- Cuidados especiais também devem tomados com os animais domésticos. Animais filhotes e adultos muito ativos têm uma grande curiosidade por objetos novos no meio em que vivem e notam logo quando há um vaso diferente em casa ou uma planta estranha no jardim. Não é raro o animal lamber, morder, mastigar e engolir aquilo que lhe despertou a curiosidade. Animais privados de água podem, por exemplo, procurar plantas regadas ou molhadas de chuva recentemente e ingerir suas partes. Há casos de cães e gatos que ficam sozinhos confinados por períodos longos que acabam se distraindo com as plantas e acabam por ingerí-las.

8- Em caso de acidente, guarde a planta para identificação e procure imediatamente orientação médica.

Telefones para contato com os Centros de Controle de Intoxicações
Curitiba – CIT/PR 0800.410.148
Florianópolis – CIT/SC (48) 331.9535
Porto Alegre – CIT/RS 0800.780.200
Salvador – CIAVE/BA 0800.284.4343
São Paulo – CEATOX/SP 0800.148.110
São Paulo – CCI/SP (11) 5011.5111