Existem pelo menos uma dezena de plantas mortais, com toxinas venenosas que podem matar quem entrar em contato com elas. Mas não dá para fazer um ranking incontestável das mais venenosas.
Primeiro, porque o efeito da toxina varia muito de pessoa para pessoa – as vítimas mais resistentes podem ter apenas vômitos ou outras reações menos pesadas; as mais fracas podem morrer.
Segundo, porque a quantidade de veneno capaz de causar problemas ao ser humano muda de planta para planta.
E terceiro, porque existem várias formas de contágio: comendo a planta, tendo contato pela pele e até cheirando o perfume que ela exala.
Aqui tem algumas espécies muito letais, que são encontradas em algumas partes do mundo e também aqui no Brasil. Essas são consideradas muito venenosas e causam acidentes domésticos. As principais vítimas são as crianças, que costumam achar saborosas plantinhas como a comigo-ninguém-pode, cultivada para espantar o mau-olhado. Mas, quando a planta é mastigada, pequenos cristais ferem a boca e a faringe, provocando um inchaço que impede a passagem de ar e causa morte por asfixia.
Outro motivo de envenenamento é confundir uma planta tóxica com outra inofensiva. Isso pode ocorrer, por exemplo, com a mandioca e suas parentes venenosas, que são bem parecidas na forma, mas bem diferentes na composição química. Para evitar esse perigo, o melhor é prevenir: não mande para a panela vegetais desconhecidos e avise a molecada para não pôr na boca as plantas do jardim.
Alguns vegetais que tem todo jeito de serem inofensivas e são as mais conhecidas e comuns no Brasil.
Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta Schott)
Por que ela é tóxica: O caule e as folhas têm cristais de oxalato de cálcio, substância que provoca inflamações no corpo.
Efeitos causados: quando são mastigadas, a planta fere as mucosas da boca, faringe e cordas vocais. A inflamação causa inchaços que impedem a passagem do ar e podem levar à asfixia.
Tratamento: a vítima tem que receber analgésicos contra a inflamação e passa por uma lavagem gástrica. Tomar leite e óleo de oliva ajuda a eliminar a toxina.
É comum ser cultivada dentro de casa por ser considerada um amuleto contra o mau olhado. Na América do Norte, ela é conhecida como “cana de mudo”, já que o inchaço impede a pessoa de falar até que a inflamação melhore.
Jequiriti (Abrus precatorius L.)
Por que ela é tóxica: suas sementes vermelhas têm uma substância chamada abrina, que mata quando mastigada.
Efeitos causados: a abrina provoca a aglutinação das células vermelhas do sangue, formando coágulos e impedindo a circulação corpórea.
Tratamento: é necessário levar a vítima rapidamente a um hospital. O procedimento inclui lavagem gástrica e remédios anticoagulantes. São abundantes em regiões tropicais.
Pinhão-de-purga: (Jatropha curcas L.)
Por que ela é tóxica: por causa da ricina que contém nas sementes.
Efeitos causados: causa aglutinação das hemáceas e dificuldade da circulação do sangue. A ingestão de quatro ou mais sementes de pode causar a morte
Tratamento: deve-se ir direto para o hospital. Depois de passar por uma lavagem gástrica, é preciso evitar a desidratação com soro.
É considerada uma planta invasora, o pinhão-de-purga ocorre como praga em pastagens e lavouras nas zonas rurais. Como ele não é muito comum nas grandes cidades, há menos registros de acidentes com esse vegetal
Mamona (Ricinus communis L.)
Por que ela é tóxica: sua semente tem ricina, uma toxina letal quando ingerida.
Efeitos que causa: assim como a abrina, a ricina causa coágulos sanguíneos. Há vários casos de morte de crianças que ingeriram uma única semente, e de adultos que comeram duas delas. Em casos menos graves, a toxina ocasiona queimação na garganta, vômitos intensos, taquicardia e diarréia.
Tratamento: internação imediata, com lavagem gástrica e anticoagulantes
Elas são aparentemente inofensivas, esse arbusto originário da Ásia meridional cresce em qualquer terreno baldio. Uma simples dentada pode causar vômitos e diarréia
Mandioca-brava (Manihot utilissima Pohl)
Por que ela é tóxica: as suas raiz e folhas possuem linamarina, uma substância tóxica que pode matar qualquer um que coma a planta.
Efeitos que causam: quando as intoxicações são fortes, a linamarina causa asfixia e convulsões, que se não forem tratadas podem ser fatais.
Tratamento: hospitalização e lavagem gástrica. Os principais remédios são antídotos específicos, como o nitrito de amila.
Essa planta nativa do Brasil é venenosa quando crua. Mas, ao ser cozida, sua substância tóxica deixa de fazer efeito. Hoje em dia, já dá para encontrar no mercado exemplar geneticamente modificado, que não têm o veneno encontrado na natureza